«Durão, Bush, Blair: <br>esta guerra ninguém quer»

À se­me­lhança do que se passou pelo mundo, de­zenas de mi­lhar de por­tu­gueses par­ti­ci­param na ma­ni­fes­tação contra a guerra que os Es­tados Unidos pre­tendem impor ao povo ira­quiano. E dei­xaram bem ex­plí­cito o re­cado: Esta guerra nin­guém quer! Quem tenha chega

Foram mais de oi­tenta mil os por­tu­gueses que em Lisboa res­pon­deram ao apelo e fi­zeram da ma­ni­fes­tação de sá­bado a maior ini­ci­a­tiva de sempre pela paz no nosso país.

Do Chiado ao Rossio ouviu-se a von­tade do povo por­tu­guês: «Paz sim! Guerra não!». Um mar de ban­deiras ver­me­lhas con­firmou o papel in­dis­pen­sável do PCP para a mo­bi­li­zação e cons­ci­en­ci­a­li­zação dos por­tu­gueses para os va­lores da paz, do pro­gresso so­cial e da so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­onal. Nu­me­rosos foram os co­mu­nistas que in­te­graram esta ini­ci­a­tiva uni­tária, di­na­mi­zando por todo o país um vasto mo­vi­mento pela paz que reúne per­so­na­li­dades de todos os qua­drantes po­lí­ticos.

Quem tenha che­gado ao Chiado e acom­pa­nhado a ma­ni­fes­tação do prin­cípio ao fim pode cons­tatar o em­penho de vastas ca­madas da po­pu­lação na luta pela paz e no com­bate ao im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano. Também a JCP que fez o tom ver­melho pre­do­minar por toda a ma­ni­fes­tação. A ani­mação, cor e en­tu­si­asmo dados pelos muitos jo­vens co­mu­nistas pre­sentes foi de­ter­mi­nante para o grande su­cesso da ini­ci­a­tiva.

No Rossio, local de che­gada da ma­ni­fes­tação, quando o úl­timo orador pro­feriu o seu dis­curso ainda es­tavam muitos ma­ni­fes­tantes a chegar à praça.

Do­mingos Lopes pelo CPPC, José Ba­rata Moura, na qua­li­dade de reitor da uni­ver­si­dade de Lisboa, Ma­nuel Car­valho da Silva pelas es­tru­turas sin­di­cais, Maria de Lurdes Pin­tas­silgo pelas con­fis­sões re­li­gi­osas e Mário So­ares na qua­li­dade de an­tigo Pre­si­dente da Re­pú­blica foram os ora­dores. Para a mesma hora, o Go­verno con­vocou os di­ri­gentes dos par­tidos com as­sento par­la­mentar para a aus­cul­tação sobre a questão da guerra ou paz no Iraque.

Como re­feriu Carlos Car­va­lhas, foi uma ati­tude «que veio provar o seu ca­rácter anti-de­mo­crá­tico», ao marcar o en­contro para exac­ta­mente a mesma hora da ma­ni­fes­tação, im­pos­si­bi­li­tando assim a pre­sença do se­cre­tário geral do PCP e do Bloco de Es­querda.

Para além do en­tu­si­asmo e con­fi­ança que trans­bor­daram para fora da ma­ni­fes­tação, o es­pí­rito da ini­ci­a­tiva contra a guerra es­teve bem ilus­trado num pano da JCP, onde se podia ler um per­ti­nente apelo à re­flexão: «E se Por­tugal ti­vesse pe­tróleo?» Porto, Co­vilhã, Cas­telo Branco, Coimbra, Évora, Ma­rinha Grande, Aveiro e um pouco por todo o país foram vá­rios os palcos de con­cen­tra­ções e mar­chas pela paz, des­ta­cando-se também a forte par­ti­ci­pação po­pular no Porto.



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